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Caso GCM: Thiago queria ser veterinário, conta a mãe

Irmão afirma que não acelerou contra o guarda municipal; Prefeitura ainda não entrou em contato com os familiares

Familiares de Thiago Vinícius Moda, rapaz de 19 anos, morto na noite de sexta-feira, após o carro em que estava ter sido atingido por um tiro disparado por um guarda municipal, falaram nesta segunda-feira (22) sobre o caso. A entrevista foi no escritório do advogado da família.

“Eles saíram de casa às 7h20 da noite e meu filho chegou morto ao hospital às 8h01 da noite”, conta a mãe, dizendo ter sido o horário constante no atestado de óbito. Naquele 19 de março, os familiares passaram o dia no sítio onde moram e os irmãos foram ao Cassucci levar a namorada de Luís Henrique, que conduzia o veículo na ocasião dos fatos.

Bastante abalada, a companheira de Thiago, Elaine, conta que o casal estava numa fase de bastante companheirismo e ajuda mútua, se recuperando da perda de uma gravidez, ocorrida no final do ano. “Nunca imaginei que ia ser um disparo. Passou pela minha cabeça ser escapamento, porque fazia barulho sim (o carro)”. Ela diz que quando a viatura acendeu os faróis, fechou os olhos. “Eu abracei ele, fechei o olho e não vi mais nada”. Depois, quando abriu os olhos, percebeu a mão suja de sangue.  

O pai, Luís Henrique Moda e a mãe, que também se chama Elaine, dizem que o filho era uma pessoa simples, que gostava de ajudar e que nunca havia se envolvido em problemas. A mãe diz que ele ligava todo dia, de manhã, tarde e à noite. “Ele não teve nem briga de escola”, diz o pai, comentando ainda que embora estivesse desempregado, o rapaz sonhava em conseguir um trabalho para cursar Medicina Veterinária, juntamente com a companheira.

O irmão, Luís Henrique Junior, que dirigia o carro naquela noite, contesta a afirmação de guardas municipais de que houvesse acelerado o carro contra o agente. “Quando vi que ia bater na viatura, engatei ré e vi que teve um disparo. Vi o buraco da bala, o meu vidro trincado; estilhaços no meu corpo. Não joguei contra a guarnição. Em momento algum eu vi o guarda fora da viatura porque o farol alto estava me cegando”. Com a companheira de Thiago gritando “salva o seu irmão”, Luís disse que correu em alta velocidade para o pronto socorro.

De acordo com a família, nem a Prefeitura e nem a Guarda Municipal entraram em contato. Ainda segundo a mãe, o prefeito enviou o número de whatsapp por meio de uma prima.

Por Gilmar Ishikawa

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