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Torcendo para a Unesp permanecer, leia o editorial do Jornal Gazeta do Rio Pardo

Torcendo para a Unesp permanecer

Dentre as várias matérias que esta Gazeta está divulgando aos leitores, uma delas, sobre a Unesp de São João da Boa Vista, aborda a questão do enorme déficit financeiro da instituição de ensino superior do governo estadual. O assunto preocupa porque a implantação do campus em São João, anos atrás, foi a concretização de um sonho antigo dos estudantes que se formam no ensino médio e, não tendo como pagar uma faculdade particular cara, como as várias que existem na região, optam por tentar uma universidade gratuita de renome, mas de difícil acesso pelo vestibular. A Unesp também era um desejo de vários prefeitos das cidades próximas a São João e dos deputados que defendiam ou defendem os interesses regionais.

Consultado pela Gazeta, o prefeito de São João, Vanderlei Borges, demorou um pouco para responder. Sabia dos boatos de fechamento da Unesp e sabia da crise financeira da instituição, indo então se informar primeiramente com o responsável pela unidade naquele município. Respondeu depois, através de sua assessoria de imprensa, que “não procede a informação do fechamento”. Não fez mais comentários, talvez porque não lhe tenha sido perguntado mais nada. De qualquer forma, em sendo isso o que o governo estadual também pensa e pretende, a permanência da Unesp nesta região é um alívio. Afinal, até pela fotografia publicada na matéria que trata desse assunto nesta edição dá para perceber que o investimento feito na estrutura física do campus em São João não foi pequeno e a proposta original era até de ampliar, construir mais prédios, à medida em que novos cursos fossem sendo implantados. Com a crise financeira, essa ampliação certamente será adiada.

Quando a Unesp chegou a São João da Boa Vista, muitos rio-pardenses questionaram as razões pelas quais não veio para São José do Rio Pardo e até falaram bobagens como falta de influência política e coisas do gênero. A escolha de São João como sede do campus foi acertada, afinal é a maior cidade da região, em torno da qual estão ao menos 15 municípios paulistas repletos de estudantes necessitados de ensino superior gratuito de qualidade, sem contar os alunos mineiros de Poços de Caldas, Andradas, etc. Todos podem ir e voltar às aulas naquela unidade educacional no mesmo dia ou na mesma noite porque as distâncias não são tão grandes. E, embora a oferta de cursos ali esteja ainda limitada a algumas áreas de Engenharia, um eventual fechamento seria um duro golpe nos sonhos de todos aqueles que anelam por uma carreira profissional neste segmento tão importante para o país.

A expectativa não apenas do jornal, mas dos moradores de toda a região, é que a Unesp permaneça, supere suas dificuldades atuais e até amplie seu leque de opções de cursos superiores de excelência nos próximos anos. Que o governador João Doria e os secretários estaduais responsáveis pela educação e finanças sejam iluminados e tenham o bom senso de manter o campus sanjoanense!

 

 

Unesp de São João não deve ser fechada

Informação é do prefeito de São João, Vanderlei de Carvalho, consultado pela Gazeta

Ainda é incerto o futuro da Unesp em São João da Boa Vista, Sorocaba e outras cidades, devido à grave crise financeira por que passa a instituição em todo o estado de São Paulo. Tudo indica, porém, que o campus sanjoanense continuará funcionando normalmente, embora não deva realizar o novo vestibular no meio do ano, como provavelmente faria.

O jornal entrou em contato esta semana com o prefeito de São João da Boa Vista, Vanderlei Borges de Carvalho, para obter informações sobre o boato de que o campus de São João poderia ser fechado. Vanderlei conversou então com o professor doutor Jozué Vieira Filho, coordenador do campus, e retornou ao jornal com a informação de que “não procede a informação do fechamento”. Não deu mais detalhes, mas reiterou que a Unesp continuará funcionando no município.

Déficit de R$ 245 milhões

Segundo a assessoria de imprensa da própria Unesp em São Paulo, houve prejuízo de R$ 1 milhão nos últimos cinco anos com a prova dos vestibulares e a baixa oferta de vagas não justifica a oferta do processo seletivo extra. A instituição, porém, afirma oficialmente que a “principal motivação é acadêmica” e que a “economia de recursos é só uma decorrência”. A Unesp diz ainda ter negociado a antecipação de R$ 130 milhões de repasses do governo estadual para honrar seus compromissos. Procurada, a gestão João Doria (PSDB) afirma que estuda antecipar recursos.

A Unesp apresenta a pior situação financeira entre as universidades paulistas, com déficit orçamentário que ultrapassa R$ 245 milhões e o atraso de quase dois meses do pagamento do 13º salário dos servidores. No ano passado, a reitoria apresentou um plano de reestruturação acadêmica e administrativa para reduzir custos. Além de extinguir o vestibular de meio de ano, também estuda fechar cursos de graduação com baixa procura.

A decisão de acabar com a segunda edição do vestibular foi tomada na terça-feira, 12 de fevereiro, pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão Universitária (Cepe). A prova realizada normalmente no mês de julho selecionava ingressantes para nove cursos de Engenharia – nas últimas três edições foram ofertadas 360 vagas em cada ano. “(Número) muito desproporcional ao vestibular de verão (realizado no final do ano) que oferece cerca de 7,3 mil vagas”, diz nota do conselho.

Nos últimos três anos, segundo a reitoria, o número de candidatos para o vestibular de meio de ano teve queda de 24%. Foram 13.763 inscritos em 2016 e 10.448, no ano passado. A queda de participantes aumentou o custo da prova por candidato, já que a Unesp tinha que manter os “mesmos esforços de logística, operação e segurança” da prova de fim de ano, o que teria gerado um prejuízo estimado em R$ 1 milhão para a instituição nos últimos cinco anos. Segundo a reitoria, enquanto o custo por candidato no vestibular de fim de ano é de cerca de R$ 1,1 mil, no de meio de ano é de R$ 4 mil.

Segundo o conselho, essas 360 vagas serão ofertadas no processo seletivo, agora unificado, do fim de ano, sem prejuízo aos candidatos. Apesar do anúncio da medida, a Unesp diz que ainda não definiu se os aprovados começam a frequentar as aulas em fevereiro, como os demais, ou só em agosto. “Essa definição ocorrerá no momento de definir as regras do próximo vestibular”, diz a nota da reitoria.

A Unesp era a única universidade paulista a ter dois vestibulares; a edição de meio de ano foi criada em 2001 para preencher vagas de novos cursos no campus de Ilha Solteira. Dois anos depois, o exame acolheu cursos de novas unidades – dos campus de Bauru, Registro, São João da Boa Vista e Sorocaba.

Vista aérea do campus da Unesp em São João, onde há cursos de Engenharia

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