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Boa notícia: Anvisa aprova uso emergencial das vacinas CoronaVac e AstraZeneca no Brasil, diz UOL. Vacinação começa hoje em SP .

Por UOL

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou na tarde de hoje os pedidos de uso emergencial no Brasil das vacinas CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan com o laboratório chinês Sinovac, e AstraZeneca, desenvolvida pela Universidade de Oxford com a Fiocruz. Os dois imunizantes são os primeiros aprovados no pais no combate à covid-19.

As vacinas serão usadas preferencialmente para uso em programas de saúde pública e, inicialmente, destinado para imunização de pessoas de grupos de risco como indígenas, idosos e profissionais de saúde. A diretoria da Anvisa decidiu pela liberação emergencial durante reunião que ainda acontece neste domingo.


Durante a manhã e o início da tarde, ambas as vacinas foram recomendadas, com ponderações, pela gerência técnica da Anvisa. Depois, a diretora da Anvisa e relatora dos pedidos, Meiruze Sousa Freitas, votou pela aprovação da AstraZeneca e, com ressalvas, da CoronaVac.

Na sequência, os diretores Romison Rodrigues Mota e Alex Machado Campos seguiram a relatora, atingindo a maioria e liberando o uso dos imunizantes contra a covid-19. Votarão, ainda hoje, Cristiane Rose Jourdan Gomes e Antonio Barra Torres, que é diretor-presidente da agência.

Com o aval do uso emergencial das vacinas, o Brasil já pode, em tese, aplicar os imunizantes. A medida vale a partir do momento em que a decisão for publicada no Diário Oficial da União, o que deve ocorrer neste domingo. O Butantan já tem 10,8 milhões de doses disponíveis para aplicação, enquanto a Fiocruz aguarda chegada do imunizante vindo da Índia, ainda sem data prevista.

O início da imunização dependerá, porém, da organização da campanha e da logística de distribuição de doses. A expectativa do Ministério da Saúde é começar a vacinação nesta semana. Já o governo paulista quer iniciar a vacinação ainda hoje.
A decisão da aprovação do uso emergencial, de acordo com a Anvisa, se baseou em pareceres de áreas técnicas. A agência afirma que irá publicar em seu site os parâmetros aprovados para cada vacina.

Doses de vacinas


Na última sexta-feira (15), o Ministério da Saúde solicitou “urgência imediata” para entrega das 6 milhões de doses contratadas junto ao Butantan. Doria afirmou hoje que enviará imediatamente assim que aprovada. Com a aprovação da Anvisa, o governo de São Paulo deve encaminhar o quanto antes as doses prontas para aplicação para o Centro de Distribuição e Logística em Guarulhos.


O Butantan tem à disposição 10,8 milhões de doses da vacina em solo brasileiro. No final de março, a carga total de imunizantes disponibilizados pelo instituto é estimada em 46 milhões de doses. Já a Fiocruz aguarda a chegada de 2 milhões de doses de vacina AstraZeneca/Oxford importadas da Índia. Na última sexta o governo indiano frustrou as expectativas do Planalto após afirmar que não pode atender demanda brasileira agora.

A vacina do Butantan contra a covid-19 obteve 50,38% de eficácia no estudo desenvolvido no Brasil. O valor entre 50% e 60% foi antecipado pelo UOL. A porcentagem está acima dos 50% de eficácia exigidos pela OMS (Organização Mundial de Saúde). Os resultados da pesquisa também foram submetidos a um comitê internacional independente. O estudo do Butantan envolveu 16 centros de pesquisa científica em sete estados e o Distrito Federal.

Foram 6 meses de trabalho em parceria com a Sinovac.
Durante as análises, 12,5 mil profissionais de saúde foram divididos em dois grupos, um recebeu placebo (substância neutra) e outro a vacina. A vacina é desenvolvida com o vírus inativo. O objetivo é que o paciente receba a dose com pequena quantidade de vírus inativo para estimular o corpo a produzir anticorpos e evitar a contaminação, ou em caso de contágio, os sintomas serão leves.


Este tipo de tecnologia é a mais utilizada pelo Butantan em outras vacinas, como as da gripe. A vacina da Fiocruz.

A vacina da Fiocruz foi desenvolvida pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, em parceira com o laboratório do Reino Unido, AstraZeneca. A eficácia da vacina é de 70,4%. E são necessárias duas doses para imunização. A vacina é produzida com base de biomoléculas que contêm pequenas partes de proteínas do vírus Sars-CoV-2 (o vírus da covid-19). É a produção com base em adenovírus manipulados geneticamente, cujo objetivo é estimular o corpo a produzir anticorpos.

Neste processo, o adenovírus de chimpanzé é manipulado geneticamente e recebe o gene da proteína “Spike” (proteína “S”) do Sars-CoV-2. No Brasil foram cerca de 10 mil voluntários envolvidos para aplicação de doses. As pesquisas começaram em junho de 2020 e os testes foram feitos em profissionais de saúde.

Vacinação em massa


Para os laboratórios conseguirem a vacinação em massa e venda comum de vacinas é necessário pedir o registro à Anvisa. Nenhum laboratório fez este pedido até hoje. A expectativa da Fiocruz é que o pedido seja feito até sexta-feira (22). Este tipo de pedido deve levar até 60 dias para análise da Anvisa. Há uma lei aprovada ano passado que determina prazo de 72 horas para Anvisa aprovar o registro de fármacos (entre eles vacina) desde que já aprovados em agências regulatórias de referência.

A lei vale para vacinas que estejam registradas (para uso em massa) nas agências dos Estados Unidos, União Europeia, Japão ou da China. Até hoje, nenhuma vacina está aprovada nesta condição em nenhuma dessas agências. A aprovação nestes países é em caráter emergencial.

Vacinação contra a covid-19 deve começar ainda hoje em São Paulo, diz Super.Abril

O governador de São Paulo, João Dória, acompanhou a reunião no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, na capital paulista. Dória pretende iniciar a vacinação no estado ainda hoje. A primeira vacinada será Mônica Calazans, uma enfermeira de 54 anos com comorbidades que trabalha na UTI do Instituto de Infectologia Emílio Ribas.

Números

O consórcio de veículos de imprensa divulgou novo levantamento da situação da pandemia de coronavírus no Brasil a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde, consolidados às 13h deste domingo (17).

Desde o balanço das 20h de sábado (16), seis estados atualizaram seus dados: BA, CE, GO, MG, MS e RN.

Veja os números consolidados:

No sábado (16), às 20h, o balanço indicou: 209.350 mortes por Covid-19 desde o começo da pandemia, sendo 1.059 nas últimas 24 horas. Com isso, a média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias foi de 956. A variação foi de +37% em comparação à média de 14 dias atrás, indicando tendência de crescimento nos óbitos pela doença.

Em casos confirmados, desde o começo da pandemia 8.456.705 brasileiros já tiveram ou têm o novo coronavírus, com 62.452 desses confirmados no último dia. A média móvel nos últimos 7 dias foi de 54.434 novos diagnósticos por dia. Isso representa uma variação de +52% em relação aos casos registrados em duas semanas, o que indica tendência de crescimento também nos diagnósticos.

Eficácia da CoronaVac: veja 10 perguntas e respostas

1. O que é a eficácia de uma vacina?

A eficácia de uma vacina é determinada quando ela ainda está em estudos (normalmente, de fase 3). Dizer se uma vacina é ou não eficaz significa dizer se ela funciona ou não em condições ideais.

Ela é medida por uma porcentagem que indica a redução de casos num grupo vacinado em comparação a um grupo não vacinado. Ou seja: a ideia é quantificar a diferença numérica que a vacina vai fazer para proteger uma população.

Se uma vacina tem 90% de eficácia, isso significa que, nos testes, ela conseguiu reduzir em 90% a quantidade de casos que ocorreriam se as pessoas não tivessem sido vacinadas.

Veja, abaixo, o infográfico com o exemplo da CoronaVac:

Eficácia da CoronaVac — Foto: Arte G1

Eficácia da CoronaVac — Foto: Arte G1

2. Como os cientistas descobriram a eficácia da CoronaVac?

“No caso da vacina [CoronaVac], a eficácia está sendo determinada pela proporção de pessoas que se contaminam entre os vacinados e os não vacinados”, explica Lucia Pellanda, professora de epidemiologia e reitora da Universidade Federal das Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).

A conta se torna um pouco mais complicada, entretanto, porque o fator tempo também é considerado. Como nem todas as pessoas passaram o mesmo tempo no estudo, o risco que elas tinham de pegar ou não a Covid também era diferente, esclarece Pellanda.

Para determinar a eficácia da vacina, os cientistas reúnem voluntários e os dividem, geralmente, em dois grupos. Um dos grupos recebe um placebo (que pode ser uma substância sem efeito ou uma outra vacina, como a da meningite); esse grupo é chamado de controle. O outro recebe a vacina.

No caso da CoronaVac, os grupos testados tinham cerca de 4,6 mil pessoas cada. Todas eram profissionais de saúde, que têm mais exposição ao vírus. Isso é importante porque, para determinar a eficácia de uma vacina, é preciso aplicá-la nos voluntários e ver se ela foi capaz de protegê-los do vírus.

Só que os cientistas não podem, via de regra, infectar as pessoas com o vírus. Por isso, eles precisam de pessoas que sejam expostas a ele no dia a dia. Neste caso, os profissionais de saúde têm mais exposição do que a população geral, porque cuidam dos doentes.

Depois de aplicar a vacina e o placebo naquela quantidade de voluntários, os cientistas esperam até que haja um número suficiente de pessoas infectadas para calcular a eficácia.

Com os dados que obtiveram dos testes da CoronaVac, os cientistas chegaram à eficácia de 50,38%. Isso significa que a vacina conseguiu fazer com que cerca de metade das pessoas que ficariam doentes se não fossem vacinadas não ficassem.

3. Se a vacina tem 50% de eficácia, isso significa que eu tenho 50% de chance de pegar Covid?

Não. Significa o que seu risco foi reduzido em 50%. Isso porque o risco de pegar Covid é diferente para cada pessoa e não é de 100% para ninguém.

“Para poucas coisas o risco é 100%. Teoricamente, em algum dia [o risco de pegar Covid] pode chegar a 100%, mas, neste momento, não são 100% das pessoas que se infectaram. Não tem 200 milhões de infectados [no Brasil]. Tem gente que não chegou perto do vírus ainda. Então, o risco não é 100%”, explica Lucia Pellanda.

“O risco individual vai cair pela metade. Só que a metade de quanto vai depender de quantos casos tem na região. Se o seu risco for de 10%, com a vacina, vai ficar 5%”, acrescenta a professora.

Isso significa que uma pessoa não vacinada no Brasil vai ter mais risco de se contaminar do que uma pessoa não vacinada na Nova Zelândia, por exemplo (que adotou boas medidas de controle da pandemia).

“A redução de risco se calcula por uma relação de incidência, que é o número de casos em uma determinada população de [pessoas] suscetíveis. Esse risco precisa ser entendido do ponto de vista populacional”, explica Alexandre Zavascki, professor de infectologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

“Uma população vacinada vai ter 50% a menos de casos que uma não vacinada, dadas as mesmas condições de exposição”, lembra.

Também é errada a noção de que, com 50% de eficácia, só 50% das pessoas criam anticorpos para o coronavírus (entenda).

4. Eu posso tomar a vacina e mesmo assim ficar doente?

Pode. Mas a chance é menor do que seria se você não tomasse. (Veja a pergunta 3). Além disso, mesmo que fique doente, a tendência é que o caso de Covid seja menos grave do que seria se você não tivesse sido vacinado.

“Há uma tendência da vacina de diminuir a intensidade clínica da doença”, explicou o diretor de pesquisa clínica do Butantan, Ricardo Palacios, na apresentação dos dados da CoronaVac.

“O risco é 50% menor de pegar a doença e 78% menor de ter uma doença que vá precisar de algum atendimento médico”, explica Alexandre Zavascki, da UFRGS. (Veja detalhes na pergunta 6).

5. A eficácia de 50% é considerada boa?

De forma geral, sim, na opinião dos especialistas ouvidos pelo G1. Para eles, a CoronaVac tem o potencial de frear a pandemia no país.

“O principal é: é melhor do que 0%. É a principal vantagem. Tenho certeza que todo mundo preferia 100% de eficácia, mas não vacinar garante 0% de eficácia”, pontua Rodrigo Silva Guerra, professor e integrante do observatório da Covid na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), também no Rio Grande do Sul.

No dia do anúncio dos resultados, cientistas frisaram que mais importante do que a eficácia dela é a capacidade do Brasil de fazer uma boa campanha de vacinação.

“Uma vacina só é tão boa quanto a sua cobertura vacinal. A efetividade dessa vacina no mundo real vai depender da vacinação”, disse a microbiologista Natália Pasternak, pesquisadora da USP e presidente do Instituto Questão de Ciência.

“É a nossa vacina. Ela vai nos ajudar, vai salvar vidas e, junto de outras vacinas, campanhas de vacinação, medidas de enfrentamento e adesão da sociedade, iniciaremos nossa saída da pandemia”, avaliou a pesquisadora Mellanie Fontes-Dutra, idealizadora da Rede Análise Covid-19 e pós-doutoranda em bioquímica na UFRGS.

Além disso, também ressaltaram que os resultados contra casos graves eram mais relevantes do que a eficácia geral dela. Segundo os resultados apresentados pelo Butantan, a vacina preveniu 78% dos casos de Covid que necessitariam de algum atendimento médico.

“Eu tenho 22% do risco que eu tinha antes”, frisa Rodrigo Guerra, da UFSM.

“Na prática, me parece que essa eficácia global de 50,4% é menos relevante do que a eficácia altíssima que tem pra casos graves e mortes. Porque, na prática, o que a gente quer é evitar internação e óbito”, disse o epidemiologista Pedro Hallal, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no Rio Grande do Sul.

6. Se a eficácia foi de 50,38%, o que significam os 78% e os 100% que o Butantan apresentou antes?

A eficácia de 50,38% foi contra todos os casos de Covid, incluindo aqueles muito classificados como “muito leves” (na gradação da Organização Mundial de Saúde, um caso “muito leve” é aquele que não precisa de atendimento médico).

A eficácia de 78% foi contra os casos que precisaram de algum tipo de atendimento médico (casos “leves”, segundo a gradação da OMS).

Já contra os casos considerados moderados ou graves, a eficácia da vacina foi de 100%. Segundo o governo, houve 7 casos graves no grupo que não foi vacinado e nenhum no que foi. Esses números, entretanto, não têm significância estatística, explicou o diretor de pesquisa do instituto, Ricardo Palacios.

Isso significa dizer que esses resultados, por enquanto, podem ter ocorrido por acaso – sem ter, necessariamente, a ver ou não com a vacina. Quando os estudos terminarem, pode ser que haja novos números com significância estatística.

7. Eu devo tomar a vacina mesmo que a eficácia dela não seja de 100%? Não é melhor esperar outras?

Sim, você deve tomar a vacina mesmo que a eficácia dela não seja de 100%, disseram os especialistas consultados pelo G1:

  • “Primeiro: vem de graça pelo SUS – por que esperar se pode não esperar? Nada impede. O sistema imunológico vai ser ativado por qualquer vacina”, lembra Rodrigo Guerra, da UFSM.
  • “Em geral, é preferível a vacina que está disponível. É melhor vacinar com uma menos eficaz do que esperar mais tempo por uma mais eficaz. Mas é uma situação bem complexa”, pondera Lucia Pellanda, da UFCSPA.
  • “Nenhuma vacina tem eficácia de 100%. Tem eficácia de 90%, nenhuma é 100%. Tem que tomar a vacina que ofereça alguma proteção e que esteja disponível – não adianta sonhar com a vacina de 95% e ela não chegar. O risco a que eu vou ficar exposto em todo esse período é maior do que de já tomar a vacina com eficácia menor, mas com a qual eu garanto uma proteção. Para as formas um pouco mais graves, até foi uma proteção maior. Quem sabe ela proteja mais ainda para formas graves”, pontua Alexandre Zavascki, da UFRGS.
  • “As duas vacinas que estarão provavelmente disponíveis na semana que vem no Brasil [a CoronaVac e a de Oxford] são seguras e este é um fator essencial. Sendo segura, quanto mais pessoas tomarem a vacina, mas diminuímos o risco individual e coletivo e mais rápido chegaremos na imunidade coletiva”, explica Otavio Ranzani, médico intensivista e epidemiologista da USP.

8. A vacina é segura?

Médico infectologista Unaí Tupinambás elogia resultados da CoronaVac

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Médico infectologista Unaí Tupinambás elogia resultados da CoronaVac

Sim. Em estudos de fase 1 e 2, que medem de forma inicial a segurança e a eficácia de uma vacina, a CoronaVac foi apontada como segura. Os resultados dos estudos foram publicados em novembro na revista científica “The Lancet”, uma das mais importantes do mundo.

Nos estudos de fase 3, que são aqueles cujos resultados preliminares foram divulgados esta semana pelo Butantan, a vacina também se mostrou segura. As reações mais comuns nos participantes foram dor no local da vacinação, dor de cabeça, fadiga e dores musculares.

Não houve efeitos colaterais graves. Houve reações alérgicas em 0,3% dos participantes, mas sem anafilaxia (reação alérgica grave).

A CoronaVac usa a tecnologia de vírus inativado. Esse tipo de vacina usa o vírus inteiro para induzir a resposta do sistema de defesa do corpo (mas ele não causa doença, porque, como o nome diz, está inativado, ou seja, “morto”).

Nós já usamos várias vacinas de vírus inativado contra outras doenças – como a da hepatite A, da gripe e da raiva. Também existe uma vacina contra a pólio que é injetável e feita com o vírus inativado.

“É o vírus inativado com adjuvante, que potencializa a resposta imunológica. É uma vacina cuja tecnologia é muito antiga, se conhece bem os efeitos colaterais que são muito poucos. Eu acredito que vai ser uma ferramenta muito importante nessa luta contra a Covid”, avalia o virologista Eduardo Flores, da UFSM.

9. Eu vou precisar usar máscara mesmo depois da vacina? Ela vai impedir a transmissão da Covid?

Sim, nós ainda precisaremos usar máscaras por algum tempo.

O principal motivo para isso é que o objetivo da vacina é impedir que as pessoas desenvolvam a doença, e não necessariamente que não se infectem com o coronavírus. Isso significa dizer que mesmo as pessoas vacinadas podem continuar a transmitir o vírus.

Os pesquisadores do Butantan dizem que mais estudos serão necessários para determinar se a CoronaVac é capaz de impedir a transmissão da Covid, além dos casos graves.

Como, num primeiro momento, nem todos estarão vacinados, será necessário continuar a usar máscaras e manter a distância uns dos outros. Isso evita a transmissão do vírus – e protege as pessoas que não podem ser vacinadas, como grávidas e algumas pessoas com doenças do sistema imune, por exemplo.

“As outras coisas que a gente faz para diminuir o risco vão continuar ajudando – manter a distância, usar máscara”, diz Lucia Pellanda, da UFCSPA.

10. Por que é importante que muitas pessoas tomem a vacina?

'Imunidade de rebanho': o que é e quais os riscos de deixar a pandemia correr seu curso

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‘Imunidade de rebanho’: o que é e quais os riscos de deixar a pandemia correr seu curso

Porque só assim é possível alcançar a chamada imunidade de rebanho (veja vídeo acima) e interromper a circulação do vírus. Quando muitas pessoas estão vacinadas, o vírus vai diminuindo a capacidade de se espalhar. Assim, as pessoas que não podem se vacinar também ficam protegidas.

“Quando consegue interromper a circulação do vírus, isso protege quem não pode se vacinar – porque ele não está circulando. Sempre depende da taxa de transmissão do vírus”, explica Lucia Pellanda.

Nesta semana, a taxa de transmissão do vírus, o chamado R0, ficou em 1,21. Isso significa dizer que cada 100 pessoas infectadas transmitem o vírus para outras 121 – e a pandemia se espalha. Para frear o contágio, o R0 precisa ficar abaixo de 1.

“A vacina é a melhor intervenção que podemos fazer para nos proteger do vírus. Ela vai fazer com que tenhamos defesas contra o vírus e, quanto mais pessoas tomarem, mais defesas teremos na população, criando assim barreiras para o vírus se disseminar”, explica Otavio Ranzani, médico intensivista e epidemiologista da USP.

“Com a vacina, podemos conter o vírus pois teremos menos pessoas suscetíveis na população. Mas para isso dar certo, ou seja, termos uma proteção coletiva, precisamos que muitas pessoas tomem a vacina”, diz.

“A vacina é um pacto coletivo”, lembra Lucia Pellanda. “Enquanto não estiver todo mundo vacinado, o vírus continua se espalhando. Ele pode sofrer uma mutação, alguma coisa que pode fazer com que a vacina funcione menos”.

Governo de SP regride 8 regiões do estado para fases mais restritivas do plano de flexibilização econômica

Atualização estava programada para 5 de fevereiro, mas foi antecipada para esta sexta (15) por conta da piora nos indicadores da saúde. Região de Marília passou a ficar na fase vermelha, na qual apenas serviços essenciais podem operar. Outras sete foram à fase laranja, fase intermediária. Capital paulista segue na amarela. A região de São João da Boa Vista, onde está incluída São José do Rio Pardo também permanceu na fase amarela.

O governo de São Paulo atualizou a reclassificação do Plano São Paulo de flexibilização da economia nesta sexta-feira (15) e regrediu oito regiões para fases mais restritivas da proposta, para tentar conter o avanço do coronavírus. As mudanças passam a valer a partir de segunda-feira (18).

Com piora nos indicadores de Covid-19, a reclassificação do plano, prevista para ocorrer em 5 de fevereiro, foi antecipada para esta sexta-feira (15).

região de Marília, que tinha sido colocada na fase laranja na semana anterior, passa a ficar na fase vermelha, a mais restritiva, na qual apenas serviços essenciais têm autorização para operar. O rebaixamento acontece porque a região está com mais de 83% dos leitos de UTI ocupados.

São José do Rio Preto, Araçatuba, Bauru, Piracicaba, Ribeirão Preto, Franca e Taubaté, que estavam na amarela, agora regridem à laranja, na qual permanecem Sorocaba, Registro e Presidente Prudente.

As demais regiões, incluindo a Grande São Paulo, seguem na fase amarela.

Embora as medidas valham obrigatoriamente com base na divisão do estado em 17 regiões, o governo recomendou nesta sexta que cidades que estão com altas taxas de ocupação de UTI adotem medidas mais restritivas, mesmo se estiverem oficialmente em uma região classificada em uma cor mais permissiva.

Nesta sexta, 43 municípios do estado registram ocupação acima de 80% nos leitos de UTI, incluindo oito municípios da Grande São Paulo.

18ª reclassificação do Plano São Paulo manteve região de Campinas na fase amarela, mas regrediu Piracicaba — Foto: Governo de SP

18ª reclassificação do Plano São Paulo manteve região de Campinas na fase amarela, mas regrediu Piracicaba — Foto: Governo de SP

Veja como fica cada região

Vermelha – só operam serviços essenciais

  • Marília

Laranja – bares não abrem, e demais serviços funcionam com restrições de horários e capacidade

  • Araçatuba
  • Bauru
  • Franca
  • Piracicaba
  • Ribeirão Preto
  • São José do Rio Preto
  • Taubaté
  • Sorocaba
  • Registro
  • Presidente Prudente

Amarela – bares podem funcionar até 20h

  • Araraquara
  • Barretos
  • Baixada Santista
  • Campinas
  • Grande São Paulo
  • São João da Boa Vista

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta sexta-feira, 15, durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, na zona sul da capital paulista, o endurecimento das regras de quarentena no estado a fim de conter o avanço da covid-19. — Foto: VINICIUS NUNES/AGÊNCIA F8/ESTADÃO CONTEÚDO

Aumento de mortes e casos

O estado ultrapassou a marca de 49 mil mortes por coronavírus desde o início da pandemia, em meio a uma nova alta de casos, óbitos e internações pela doença após as festas de fim de ano.

A média diária de mortes por Covid-19 está acima de 200 há uma semana seguida, valor que não era observado desde o dia 16 de setembro do ano passado. A média diária de novos casos confirmados também está acima de 10 mil há uma semana, o que não era observado desde 18 de agosto.

total de pacientes internados tem se mantido acima de 10 mil desde o início de dezembro de 2020, o que pressiona o sistema de saúde e interfere no atendimento de outras doenças.

“Houve uma aceleração agora em janeiro, e por isso novas medidas precisam ser tomadas. A gente antecipou a reclassificação que seria feita daqui a um mês, acatando o senso de urgência do Centro de Contingência [da Covid-19]”, afirmou nesta sexta a Secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen.

A taxa geral de ocupação de leitos de UTI é de 67,5% no estado e de 69% na Grande São Paulo nesta sexta. Outras regiões e cidades, no entanto, já apresentam índices acima de 90%.

O governo fez uma recomendação para que cidades que 43 estão com ocupação de leitos de UTI acima de 80% adotem as regras da fase vermelha, mesmo se estiverem dentro de regiões classificadas em outra fase mais permissiva.

“Nós vamos voltar a trazer a recomendação de endurecimento de medidas restritivas nas cidades que estão com uma ocupação nos leitos de UTI acima de 80%. Temos novos prefeitos que têm a chance de serem conhecidos por deixarem um legado responsável por cuidar da sua população e eles podem nesse momento tomar medidas mais restritivas para além das medidas de sua região”, disse a secretária.

Lista de cidades com taxa de ocupação de leitos de UTI acima de 80%. — Foto: Divulgação/Governo de SP

Fase laranja mais permissiva

A reclassificação desta tarde sucede alterações no Plano São Paulo que já haviam sido feitas na última sexta-feira (8). Na semana passada, o governo paulista anunciou mudanças nas autorizações para o estágio laranja, que ficou mais permissivo.

Algumas atividades – como salões de belezaacademias e parques, por exemplo – passaram a ser permitidas na fase laranja. O atendimento presencial em bares, entretanto, continua proibido.

Como ficou a Fase Laranja

  • Todos os setores de comércio e serviços passam a ser permitidos. A exceção é o atendimento presencial em bares, que continua proibido.
  • Capacidade de ocupação: antes era de 20% e vai para 40% em todos os setores.
  • Funcionamento máximo: ampliado de 4 para 8 horas por dia.
  • Horário de fechamento: atendimento presencial só poderá ser feito até 20h.
  • Parques estaduais, salões de beleza e academias: poderão abrir.

Como ficou a Fase Amarela

  • A capacidade máxima passa a ser limitada a 40% de ocupação para todos os setores. Antes, o percentual variava por setor: academias podiam operar com apenas 30% da ocupação, por exemplo.
  • O atendimento presencial ao público pode ser feito apenas até as 22h, em todos os setores, exceto no setor de bares, que pode funcionar até as 20h.
  • O horário de funcionamento passa a ser limitado a 10 horas por dia para todos os setores. Antes, o horário variava por setor.

Serviços essenciais que podem funcionar na fase vermelha

  • Farmácias;
  • Mercados;
  • Padarias;
  • Açougues;
  • Postos de combustíveis;
  • Lavanderias;
  • Meios de transporte coletivo, como ônibus, trens e metrô;
  • Transportadoras, oficinas de veículos
  • Atividades religiosas
  • Hotéis, pousadas e outros serviços de hotelaria.
  • Bancos
  • Pet shops

Mudanças no Plano SP

No dia 8 de janeiro, além de mudar o que pode funcionar em cada fase, o governo alterou os indicadores de saúde que orientam a reclassificação das regiões.

Segundo a gestão estadual, houve um endurecimento das regras, para dificultar a mudança para estágios mais brandos.

Na ocasião, o médico João Gabbardo, também integrante do centro de contingência, afirmou que a ideia é dificultar a mudança de fase, mas permitir que mais setores funcionem, direcionando as restrições de forma mais específica.

Indicadores para avançar de fase

Os novos indicadores necessários para que uma região avance de fase na quarentena foram publicados no Diário Oficial no último sábado (9).

Antes, para ir da fase amarela à verde, era necessário ter, nos 14 dias anteriores à reclassificação, no máximo 40 internações por Covid-19 a cada 100 mil habitantes e até 5 óbitos por 100 mil habitantes.

Agora, os limites são menores: nos 14 dias anteriores à reclassificação, é preciso ter até 30 internações por Covid-19 a cada 100 mil habitantes e até 3 óbitos por 100 mil habitantes.

Os valores para avançar da fase vermelha à laranja também mudaram: antes, para progredir de estágio, era necessário ter taxa até 75% de taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Agora, o limite máximo é de 70% de ocupação desses leitos intensivos destinados aos pacientes com Covid-19.

Alteração nos indicadores de evolução da pandemia

A revisão do plano feita na sexta alterou ainda os indicadores de evolução da pandemia que eram usados para todas as fases. Agora, são priorizados os indicadores de incidência, que avaliam a situação atual, e não a evolução em relação a semanas anteriores.

Antes, para todas as fases o plano levava em conta a evolução – de uma semana para outra – de casos, óbitos e internações por Covid-19. Somente no caso específico do avanço para a fase verde é que se considerava a incidência – ou seja, apenas a situação atual, e não um comparativo entre dois períodos – de casos, internações e óbitos.

Depois disso, os indicadores de incidência de internações e óbitos passaram a ser parâmetros para avanço em todas as fases.

A revisão do plano segue três eixos centrais:

  • o endurecimento dos indicadores de saúde, dificultando que regiões avancem para fases mais flexíveis;
  • a redução de restrições setoriais, que seriam substituídas por mais adesão aos protocolos sanitários;
  • e a recomendação para que as pessoas evitem a exposição ao vírus, especialmente após o horário delimitado para o encerramento de atividades econômicas.

No mundo

O número de mortos por Covid-19 em todo o mundo passou de 2 milhões, segundo o balanço da Universidade Johns Hopkins desta sexta-feira (15) — pouco mais de um ano depois dos primeiros casos registrados do novo coronavírus.

Até a última atualização desta reportagem, 2.000.905 pessoas morreram por complicações da Covid-19 e 93.363.092 foram infectadas pelo coronavírus.

De acordo com o monitoramento, os Estados Unidos são o país mais atingido pela pandemia, com quase 390 mil de mortos. Em seguida, com mais de 207 mil mortes, está o Brasil.

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