Por G1
Veja os dados sobre o coronavírus no Brasil nesta quinta-feira (30), segundo levantamento exclusivo do G1 junto às secretarias estaduais de saúde. Foram registradas 5.628 mortes provocadas pela Covid-19 e 81.329 casos confirmados da doença em todo o país. O número de mortes no país superou o da China, que registrou 4.632 fatalidades pela Covid-19..
No mundo, de acordo com o jornal New York Post, Total casos são 3.193.886 casos, 227. 638 mortes e 972. 710 ficaram doentes e se recuperaram.
Dados New York Post
Total cases globally: 3,193,886
Recovered: 972,719
Deaths: 227,638
Por G1
Um estudo internacional liderado por brasileiros sobre o primeiro mês de casos de Covid-19 no país afirma que, até aquela data, quase metade (48%) das infecções ocorreram entre pessoas de 20 a 39 anos e que 10% dos 1.468 casos registrados à época precisaram de internação. Destes, 15,6% tiveram que ser submetidos à ventilação mecânica.
A pesquisa descreve as características da transmissão em território nacional na fase inicial da pandemia. O primeiro registro de Covid-19 no país é de 25 de fevereiro. Até 25 de março, foram registrados 1.468 casos confirmados e 4 mortes por Covid-19.
Pouco mais de dois meses depois, até esta terça-feira (28), o Brasil já contava com 5.017 mortes e 71,8 mil casos confirmados e analisa a flexibilização do isolamento social.
A pesquisa é preliminar, tem apoio do Ministério da Saúde e envolve pesquisadores da USP de Ribeirão Preto e de São Paulo; da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); além da Universidade de Oxford, na Inglaterra, e de Harvard, nos Estados Unidos.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (29) no repositório medRxiv, que reúne estudos de ciências da saúde e é mantido por entidades como a Universidade de Yale, dos EUA. Eles ainda não passaram pela revisão de outros pesquisadores.
Segundo os pesquisadores, os dados mostram que os primeiros casos ocorreram na classe média e alta, que tem recursos para viagens internacionais; indicam que houve baixa hospitalização porque é um público com poder aquisitivo e acesso a testes – o que facilitou a identificação de casos, isolamento e cuidados.
“Isso impactou até na hospitalização, a gente teve hospitalização de 10% [no primeiro mês], enquanto no mundo é de 20%. Muito provavelmente, porque as pessoas tiveram mais acesso a testes e as formas leves e assintomáticas foram diagnosticadas. Isso favoreceu isolamento inicial, porque a população mais rica tem acesso a isso”, afirma o infectologista da Fiocruz Julio Croda, um dos autores do estudo.
“Na medida em que a epidemia avançou no Brasil, a gente viu que que migrou da população mais rica para a população em geral”, analisa.
1º mês de Covid-19 no Brasil
A pesquisa aponta o perfil dos infectados e a forma como a doença atingiu a população brasileira. Confira abaixo os dados:
Dados gerais
- 1.468 casos registrados
- 48,9% dos casos confirmados tinham entre 20 e 39 anos (número maior do que esta faixa etária representa na população brasileira, que é de 32%)
- 39 anos é a média de idade entre os infectados
- 36% reportaram contato com outro caso confirmado
- 54,7% do sexo masculino
- 35,4% dos casos estavam em São Paulo
- 15,2% dos casos eram do Rio de Janeiro
Perfil dos internados
- 10% precisou ser internado
- 55 anos é a média da idade entre os hospitalizados
- 12,5% tinham uma comorbidade associada (as mais comuns foram doenças cardíacas, hipertensão, diabetes e doenças respiratórias crônicas)
- 4 dias é a mediana do tempo entre o início dos sintomas e a hospitalização
- 83% relataram febre
- 80,3% tiveram tosse
- 15,6% dos internados precisaram de ventilação mecânica
Profissionais de saúde
- 9,5% dos casos foram em profissionais de saúde
Grávidas, bebês e crianças e a Covid-19
- 29 casos em menores de idade: 4 recém-nascidos, 3 bebês (6 a 8 meses), 10 crianças (1 a 12 anos) e 12 adolescentes (12 a 17 anos) foram diagnosticados com Covid-19
- 9 casos foram em grávidas (uma no primeiro trimestre, uma no segundo trimestre e quatro no terceiro trimestre de gestação, além de três que não tinham essa informação)
Dois terços dos testes diagnósticos de identificação do Sars-Cov-2, o nome científico do novo coronavírus, foram feitos por laboratórios privados.